Conheça a história do modelo e saiba como aplicar na sua obra
Com estampas listadas, que podem ser instaladas na vertical ou na horizontal em janelas, móveis, divisórias e diversos outros locais, os vidros canelados oferecem como vantagens a privacidade parcial e a luminosidade.
O modelo se tornou o mais utilizado no Brasil no final da década de 30, quando ainda era importado, até o final da década de 70, competiu por muito tempo com o vidro comum, produzido pelo processo float. Após uma breve ausência, retorna como tendência em projetos arquitetônicos e na composição de móveis, principalmente em projetos com aspectos vintage e retrô.
HISTÓRIA
Em 1890 a vidraria Chance de Birminghan registrou a patente de uma máquina composta por dois rolos gravados em relevo. Estes imprimem uma estampa na folha de vidro como se esta fosse uma folha de papel. O sucesso desses vidros decorativos foi imediato na Europa, passando a serem comercializados mundialmente pela empresa francesa Saint-Gobain.
Os vidros decorativos franceses começaram a chegar ao Brasil na década de 30, sendo chamados por aqui de “vidros fantasia”. Dentre eles, estava o canelado, que se destacava por suas linhas retas e modernas para a época. Também era uma opção interessante em substituição aos vidros transparentes produzidos por rolos lisos, que apresentavam ondulações e distorções.
O concorrente de peso dos vidros canelados surgiu em 1950, quando foi inventado o vidro float, também chamado de “vidro cristal”, por não apresentar as distorções de seus antecessores. Para fazer frente a esse concorrente, o canelado, que desde 1937 era produzido no Brasil pela Saint-Gobain e incluído em sua linha de produtos denominada “vidros impressos”, teve seu preço reduzido, o que deu sobrevida a esse produto até meados da década de 70 como um vidro popular de preço mais acessível.
Na época, a principal vantagem apresentada pelos vendedores do canelado na comparação com o vidro float, além do preço menor, era a privacidade parcial que ofereciam, dispensando muitas vezes a instalação de cortinas. O aspecto decorativo e a facilidade de limpeza também eram citados.
Um fato curioso sobre os “vidros fantasia” é que, quando passaram a ser produzidos no Brasil receberam o nome de “vidros impressos”, como referência à passagem por dois enormes rolos que lhes imprimiam estampas variadas.
Por algum tempo a associação com o passado foi justamente o fator que reprimiu as vendas dos vidros canelados. Os consumidores associavam suas texturas a um vidro popular e ultrapassado. Tudo muda com o surgimento da tendência em design que valoriza o clássico original (vintage) e o estilo retrô, que busca uma referência antiga para a criação de algo novo.
O USO DO VIDRO CANELADO NOS DIAS ATUAIS
O vidro canelado é produzido, por enquanto, somente na espessura de 4 mm, o que limita sua utilização, porém, pode passar pelo processo de têmpera, transformando-se no vidro canelado temperado, que possui resistência a impactos até cinco vezes maiores que o canelado comum.
Conforme a norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações, vidros instalados acima de 1,10 m em relação ao piso devem ser de segurança, como os modelos laminado, temperado ou insulado (composto por um desses tipos). O vidro canelado, quando temperado, é considerado seguro e pode ser instalado abaixo de 1,10 m para aplicações como divisórias. Ele também pode ser utilizado em fachadas no pavimento térreo com desnível menor que 1,5 m ou em áreas planas, ou até mesmo em coberturas, quando compõem vidros insulados, desde que, nesta última aplicação, o vidro laminado seja instalado na parte interna.
Após fazer parte da linha denominada “vidros fantasia”, passando depois a ser denominada “vidros impressos”, o produto atualmente é produzido unicamente pela fabricante Cebrace, que renomeou a linha: agora ela é denominada “Cebrace Texturizados”.
Fonte: Divinal Vidros
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