*Por Thiago Campaz
O setor da construção civil sempre foi marcado por uma certa resistência na adoção de novas tecnologias. Para se ter uma ideia, segundo o relatório divulgado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o Brasil ocupa a última posição entre os 29 países considerados no ranking de produtividade da mão de obra na construção civil. E o que mais chama atenção é o motivo: o investimento em pesquisa e desenvolvimento na área é baixo.
Alguns especialistas da área justificam que, por se tratar de um setor muito tradicional, geralmente essa resistência à inovação é causada pelo medo do surgimento de novos problemas relacionados à digitalização. No entanto, o principal ponto a se considerar é que, hoje em dia, a falta de inovação afeta diretamente a capacidade competitiva da empresa. E isso sim pode ser um grande problema.
A dica é começar pelo canteiro de obras, que é onde ocorrem os maiores lucros ou prejuízos de um projeto. Implementar inovações simples e que ajudem a diminuir a burocracia envolvida nos processos dos canteiros de obras pode resultar em ganhos expressivos, como a redução de custos e tempo de conclusão dos projetos.
Por exemplo, o simples fato de ter disponível um cartão empresarial para cada empreendimento da empresa já soluciona uma grande parte do problema de desalinhamento de informações entre as obras e os escritórios do projeto. Dessa forma, um dos principais problemas enfrentados pelas instituições — relacionado ao processo de compras no canteiro de obras — pode ser solucionado com inovações simples e efetivas, como é o caso dos cartões empresariais e softwares de gestão.
E isso é especialmente verdade para os cartões do tipo pré-pago, já que eles permitem ter um controle muito mais dinâmico do orçamento disponível; personalizar os limites e controles dos gastos periféricos; controlar os custos por categorias e centro de custo; além de simplificar a prestação de contas de todas as despesas previstas e imprevistas que ocorrem no canteiro de obras.
Não é difícil encontrar depoimentos e business cases que comprovam os benefícios do investimento em inovação no canteiro de obras. Existem casos de ganhos realmente expressivos, que chegaram a reduzir 75% do tempo gasto com processos administrativos, por exemplo.
Por fim, concluo que a tecnologia precisa se fazer cada vez mais presente nas empresas que atuam na construção civil e com papéis e objetivos bem diferentes. Diante disso, as companhias precisam identificar os principais gargalos para que assim eles possam implementar a inovação mais adequada para resolvê-los e também para proporcionar mais vantagem competitiva e trazer mais agilidade e produtividade aos processos internos, alcançando benefícios para todas as áreas deste setor.
*Thiago Campaz, é CEO e co-fundador do VExpenses. Trabalhou por seis anos assessorando grandes empresas do agronegócio na otimização de suas estruturas de capital, em processos de estruturação de dívida, acesso a mercado de capitais e fusões. Participou da captação de mais de R$1 bilhão em financiamentos.
Fonte: Piar Comunicação
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