Até agora, 15,6% do estoque total, aproximadamente 170 mil m², foram “retrofitados”
A Avenida Paulista, símbolo da cidade de São Paulo (SP) que já foi o centro financeiro e corporativo da cidade em décadas anteriores, vem passando por uma onda de retrofits para se atualizar e não perder a relevância. Sem espaço para novos desenvolvimentos imobiliários e com edifícios antigos – grande parte anterior à década de 80 –, o retrofit é a alternativa para reposicionar o estoque e manter a região atraente para os inquilinos.
Um estudo exclusivo da prestadora de serviços imobiliários e gestora de investimentos JLL sobre a Avenida Paulista mostra que, até agora, 15,6% do estoque total (aproximadamente 170 mil m²) foram “retrofitados”. Edifícios como o Brazilian Financial Center e Paulista 1100 passaram por atualizações e receberam um upgrade em sua classificação.
“Apesar de ter dividido o protagonismo com novos polos corporativos que surgiram ao longo do tempo, como a Faria Lima e a Berrini, a Avenida Paulista continua sendo interessante para as empresas devido à boa localização e alta oferta de comércio, serviços e transporte. No entanto, a qualificação dos empreendimentos, muitas vezes, pode ser uma questão para algumas empresas”, diz Yara Matsuyama, diretora na divisão de escritórios da JLL.
Em geral, esse movimento vem acompanhado de um aumento no valor do aluguel, ampliando os ganhos dos proprietários. É o que aconteceu, por exemplo, com os edifícios Bravo Paulista (em que o m² passou de R$ 55 para R$ 130), Martiniano de Carvalho (de R$ 70 para R$ 90/m²) e Alameda Santos (de R$ 75 para R$ 95/m²).
As vantagens do retrofit também são comprovadas pela taxa de vacância (medida da taxa de ocupação de inquilinos dos imóveis de um fundo imobiliário). Enquanto a média na cidade está na casa dos 20%, na região da Avenida Paulista é de 14%. Cabe destacar que os edifícios classe AA apresentam a menor vacância dentre as três classes analisadas (13,4%).
“Ainda há muitas oportunidades de reforma e atualização para que os prédios aumentem sua qualidade tanto do ponto de vista operacional quanto da satisfação dos usuários”, conta Yara. Mesmo nos casos em que o valor do aluguel não aumenta após o retrofit, os proprietários têm a vantagem de reter os inquilinos com a modernização do edifício. Assim, eles passam a ocupar um espaço mais moderno, tecnológico e ajustado às necessidades e tendências atuais.
Mesmo que não seja totalmente renovada, a Avenida Paulista segue e seguirá sendo um endereço importante para a vida corporativa da cidade, segundo a diretora da divisão de escritórios da JLL. “A Avenida Paulista tem valor afetivo para os paulistanos e é emblemática para os não paulistanos também. Não à toa, a região tem atraído o interesse de fundos imobiliários e investidores que estão comprando prédios inteiros para ‘retrofitar’ e lucrar com aluguel”, afirma a executiva.
INCORPORANDO ESG
O retrofit também adequa o empreendimento às melhores práticas de sustentabilidade. “Cada vez mais, essa é uma exigência das empresas que têm metas de ESG e, como consequência, ainda contribui para a redução de custos operacionais devido ao uso mais eficiente de recursos como energia e água”, declara Luciana Arouca, diretora de sustentabilidade da JLL. Tendo a eficiência operacional como objetivo, as principais oportunidades de intervenção incluem:
Modernização das instalações;
Tecnologia aplicada aos sistemas;
Renovação completa da fachada, contando com a utilização de vidros de alta eficiência e elementos para atenuar a absorção de calor;
Implementação de sistema hidráulico para redução do consumo de água;
Substituição de lâmpadas incandescentes e fluorescentes por LED;
Destinação e descarte de resíduos, reutilização de materiais e outras ações.
Fonte: JLL/Tecere Gestão da Comunicação
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