Prática inovadora no setor garante redução de custos e certificação de destinação final às empresas
A Promaflex Industrial, fabricante de filmes plásticos de proteção de superfícies, que está completando 35 anos em 2023, uniu-se à Rafa Resolve, empresa especializada em reciclagem, para lançar um projeto pioneiro de logística reversa. A iniciativa também conta com a participação da construtora Trisul e está em fase piloto, sendo a primeira entre fornecedores desse tipo de insumos para a construção civil.
Com impactos econômicos e sociais, a proposta consiste na realocação e reutilização de toneladas de materiais que seriam rejeitados, envolvendo ainda toda a cadeia de reaproveitamento, desde a fabricação na indústria até a transformação dos resíduos em matéria-prima reciclada, passando por varejo, consumo e coleta.
A implementação visa solucionar um antigo problema do âmbito industrial no que diz respeito à destinação das embalagens pós-consumo, mas também se apresenta como uma solução para o desafio mais recente das novas políticas nacionais de resíduos sólidos.
O assunto faz parte de uma discussão atual, conforme explica Marcelo Velletri, diretor de construção civil da Promaflex. “O ESG (Environmental, social, and corporate governance, na sigla em inglês) é uma questão, hoje, mandatória dentro das empresas. A Promaflex é pioneira na produção de filmes de proteção 100% recicláveis”, elucida.
“Com esse novo programa, seremos novamente os primeiros de nossa indústria a garantir que esse material tenha também uma destinação sustentável, criando um fluxo perfeito de economia circular. Afinal, ao ser reciclado, o que seria resíduo volta a ser matéria-prima disponível para a indústria”, acrescenta.
Para formatar a solução, a Promaflex uniu forças à Rafa Resolve, uma empresa do complexo Rafa Entulhos, que tem mais de 20 anos de experiência no mercado de resíduos da construção civil, em um projeto piloto para Trisul, construtora com mais de 350 edifícios e 60 mil unidades entregues ao longo de mais de quatro décadas.
Os benefícios vão além da mitigação de danos ao meio ambiente, visto que há uma significativa redução de gastos com os procedimentos antes necessários para a logística de despejo, que é de responsabilidade do próprio gerador.
Ao aderir, as instituições têm custo zero com a disponibilização das unidades coletoras, o treinamento de pessoal e a gestão dos rejeitos no canteiro de obras. Ademais, após a realização do processo, a construtora recebe a comprovação pelo selo Certificado de Destinação Final (CDF), que atesta o trabalho sustentável, promovendo um impacto positivo para a marca.
Velletri explica que a solução contribui para agregar valor à oferta da companhia. “Com essa parceria com a Rafa Resolve, a Promaflex passa a ser a única empresa do setor a fornecer esse tipo de solução, que transforma uma simples operação de compra e venda de produtos industriais em um serviço de alto valor agregado, alinhado às melhores práticas ESG”, diz.
COMO FUNCIONA
O contato inicial é feito por meio do representante de vendas da Promaflex, que orienta o cliente sobre todos os passos para a implementação da logística reversa. A equipe da Rafa Resolve faz uma visita à obra para levantar informações e fazer o treinamento de pessoal.
Em seguida, há a instalação das bigbags: recipientes onde serão depositadas as embalagens após o uso. O pedido de coleta será atendido em até 48h após a solicitação, que é feita por uma plataforma digital.
A Rafa Resolve dispõe de uma rede de caminhões equipados com GPS. Quando uma dessas unidades identifica que um ponto está cheio, o veículo mais próximo é deslocado ao local para recolhimento do material. Posteriormente, é encaminhado à reciclagem, passando por uma separação fina para conversão em pellets de polietileno, garantindo correta destinação e transformação.
“Atuamos diretamente na coleta dos resíduos pós-consumo, partindo do princípio de que a construção civil é uma das atividades que mais geram resíduos”, resume Rafael Teixeira, diretor da Rafa Resíduos.
GANHOS
A logística reversa possibilita a valorização da matéria-prima pós-consumo, gerando receita com o que antes era sinônimo de gastos. Mesmo que a cadeia de reutilização gere alguns custos, os valores obtidos com o reaproveitamento subsidiam esse processo.
O projeto encontra-se na fase piloto para analisar a relação entre a valorização do produto e as despesas com a logística de reciclagem. Atualmente, o projeto está em implementação em seis obras residenciais da construtora Trisul.
Sobre os benefícios para a Promaflex, Velletri garante que: “o programa certifica que a empresa dispõe de produtos compostos por 99% de polietileno, o que os tornam aptos para a reciclagem. Diferentemente daqueles que são feitos com papelão e plástico bolha que, apesar de poderem ser reaproveitados separadamente, não apresentam o mesmo resultado quando juntos.”
Fonte: Promaflex/Ricardo Viveiros & Associados (RV&A)
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