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PRIMEIRO EDIFÍCIO OFF-SITE VOLUMÉTRICO NA AMÉRICA LATINA

A obra, em Tubarão (SC), foi realizada pela startup de construção Brasil ao Cubo (BR3) e entregue em 100 dias


Edifício em SC saiu da fábrica com instalações hidráulica e elétrica prontas. Foto: Henrique Blasius Machado


Quem acompanhou pelo lado de fora uma construção na cidade catarinense de Tubarão viu, que foram 20 dias para que grandes peças – uma espécie de “legos gigantes” – fossem acopladas e formassem o empreendimento. A construção dos módulos ocorreu no parque fabril da startup de construção Brasil ao Cubo (BR3).


A construção off-site (ou seja, realizada fora do local onde ficará de forma permanente) começa a ficar mais conhecida no Brasil, em especial porque, em tempos de pandemia, é necessário construir hospitais em tempo recorde.


O empreendimento de Tubarão é o primeiro prédio com esse tipo de construção na América Latina, a obra funcionará como edifício corporativo, dispondo de oito pavimentos, com cerca de 3,3 mil m². Além dos 20 dias para que os módulos fossem unidos no local da construção, foram necessários mais 80 dias para a finalização. Os blocos só saem da startup para seu destino com as instalações hidráulica, elétrica e de cerâmica já prontas.


O edifício pioneiro no país abrigará, em seus últimos dois andares, a sede da Brasil ao Cubo. No restante, haverá área para locação, serviço de coworking, além de uma loja de conveniência e um café, no térreo.


“O Edifício Level foi fabricado e acoplado em 100 dias. Um tempo recorde sem precedentes na construção civil brasileira”, destaca Ricardo Mateus, presidente executivo e fundador da construtech. O Edifício Level ainda se destaca por ter recursos sustentáveis, como painéis fotovoltaicos nas fachadas e cisternas para o armazenamento da água de chuva. Além disso, ainda há sistema de ventilação cruzada, possibilitada pelo grande átrio, que abrange todos os oito pavimentos, e brises modulares, que reduzem a incidência solar, assim garantindo o conforto térmico e diminuindo a necessidade de uso do sistema de ar condicionado.


O projeto arquitetônico do Edifício Level foi assinado pelo escritório de arquitetura ATO9, a construção contou com apoio da Gerdau como fornecedora de aço - principal matéria-prima utilizada – e com a Rede de postos Premier - cliente investidor.


MAIS OBRAS DESSE MODELO


Apesar dessa perspectiva, a “construtech” está, por ora, concentrada na construção de hospitais. O primeiro hospital modular foi entregue um ano atrás, na zona sul de São Paulo. Desde então, a demanda cresceu, e a empresa vai finalizar a sétima unidade em Brasília. E diz já ter mais dez cotações para esse tipo de obra.


Além de hospitais e do prédio corporativo, a empresa já entregou obras industriais, escolas, universidades e clínicas odontológicas. “Dá para fazer o que quiser”, garante Mateus.


No mundo, a construção modular tem ganhado espaço na última década. Dentre os exemplos há o Mini Sky City, um arranha-céu de 57 andares construído em apenas 19 dias na China. Outro é o Clement Canopy, em Singapura, composto de 1,8 mil módulos habitacionais, sendo 505 apartamentos residenciais de luxo. No Japão, a construção modular residencial já representa mais de 30% do mercado imobiliário, com casas sendo montadas em apenas 24 horas. Para Ricardo, o potencial desse mercado de construção modular é alto, ele prevê que chegue a R$ 150 bilhões.


O coordenador do curso de Negócios Imobiliários da FGV, Alberto Ajzental, afirma que, no Brasil, a construção civil ainda exige que a fábrica vá até o local da obra – um modelo que não é eficiente. “É arcaico. O modelo modular off-site seria o equivalente de ir do artesanato para uma industrialização.”


Segundo Ajzental, esse tipo de construção, que usa muita tecnologia, tem ainda como vantagem a maior qualidade, controle de produtividade e melhora da eficiência. “Além disso, esse é um método que fica livre de intempéries climáticas”, diz. Ajzental acredita que a construção modular, se padronizada, pode ser um caminho para reduzir o alto déficit habitacional no País. Ele reconhece, porém, que há uma barreira cultural no mercado e que a alternativa poderá levar mais tempo para ser aceita por essa razão.


"As obras convencionais, normalmente, se estendem além do prazo estipulado, não respeitam orçamento e causam grande impacto ambiental durante a execução. Já uma obra feita em fábrica (off-site) permite maior controle de qualidade, reduzir expressivamente prazos, seguir um orçamento assertivo, reduzir desperdícios, diminuir o uso de água na construção e gerar menos resíduos”, explica Ricardo.


Fontes: Estadão e Assessoria de imprensa e Comunicação BR3

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