O Palácio 29 de Março, endereço da Prefeitura de Curitiba (PR) há 54 anos, no Centro Cívico, desde 2021 se transformou em Palácio Solar – prédio público equipado com painéis fotovoltaicos para ser abastecido por energia renovável. Agora, passa por retrofit, a modernização do espaço sem alteração da arquitetura original.
Coordenada pela Secretaria do Governo Municipal (SGM), com projeto contratado, orientado e supervisionado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a recuperação do prédio da Prefeitura, que se encontra em andamento, tem foco no conforto para os cidadãos que buscam ali o acesso aos serviços municipais e aos servidores que trabalham no chamado prédio central.
“O Palácio 29 de Março é um ícone da arquitetura moderna e sede do Poder Executivo Municipal, uma porta aberta aos cidadãos. A recuperação deste edifício público representa o respeito à cidade e aos seus habitantes”, afirma Luiz Fernando Jamur, secretário do Governo Municipal e presidente do Ippuc.
Estima-se que cerca de 600 pessoas circulam por dia pelo Palácio 29 de Março. Deste total, 420 são funcionários. O diretor de Programas e Projetos da SGM, Leandro Fischer, destaca que a intervenção melhora substancialmente a ambiência e a segurança no edifício.
RETROFIT
No Ippuc, o projeto foi acompanhado pelas arquitetas Daniela Mizuta e Neuza Sugai, da diretoria de Projetos do Instituto.
“A proposta do retrofit partiu da Secretaria do Governo Municipal, com a participação das arquitetas Claudia Stachera e Tatiana Marcassa. O Ippuc contribuiu com as decisões para a contratação do projeto orientado ao bom funcionamento do edifício e a abertura de acessos”, explica Daniela.
“Propusemos também a troca das esquadrias por um sistema construtivo mais moderno que garanta a durabilidade e estanqueidade. Hoje são de alumínio, mas com dobradiças e outras peças não mais fabricadas, que geram infiltração. A ideia foi produzir uma esquadria com a mesma modulação, dentro da estética original, mas com sistema construtivo mais moderno”, completa a arquiteta.
“Procuramos manter as características da edificação como forma de preservar ao máximo, uma vez que se trata de um bem tombado pelo Estado, como parte do Conjunto do Centro Cívico”, frisa a arquiteta Neuza.
Uma escada em caracol que liga o subsolo do prédio ao piso térreo, um espelho d’água sob as rampas de acesso da Cândido de Abreu e os pilares em concreto aparente são elementos do projeto original ocultos pelo tempo, tendo sido o espelho d’água aterrado por conta de custos com manutenção, a escada fechada por divisórias e tablados e o pilar encaixotado por placas de madeira.
“Trouxemos as características originais do edifício que, nos anos posteriores, acabaram escondidas por conta da cultura da compartimentação de espaços, quando os setores ficavam fechados por divisórias”.
PROJETO ORIGINAL
O projeto arquitetônico do Palácio 29 de Março é de autoria do arquiteto e engenheiro civil Rubens Meister (1922-2009). Inaugurado em 14 de novembro de 1969, o edifício – feito em estrutura de concreto armado – teve a construção iniciada em 15 de junho de 1961, tendo sido a obra interrompida, entre os anos de 1962 e 1964.
O Palácio 29 de Março é um importante exemplar da arquitetura modernista de Curitiba, tombado pelo Patrimônio Estadual, juntamente com todo o conjunto do Centro Cívico. Os três painéis da fachada frontal do prédio foram colocados em 1996 com desenhos de autoria da artista plástica Marilia Kranz (1937-2017) e execução de Adoaldo Lenzi.
Fonte: CGN
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