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Foto do escritorJohnny Vieira De Souza, arquiteto

OS DIVERSOS TIPOS DE PINTURAS DO ACM

*Por Johnny Vieira de Souza – responsável pelo departamento de projetos da Projeto Alumínio, arquiteto e professor universitário


Saiba os diferenciais das séries que vão muito além de questões estéticas


No início dos anos 2000, o ACM começou a ter utilização em maior escala no Brasil. Naquela época existiam basicamente dois tipos de produtos comercializados: os materiais popularmente conhecidos como “3mm”, que eram produtos utilizados para comunicação visual (totens, letreiros, placas, pequenos revestimentos internos, entre outras aplicações); e os materiais de “4mm”, conhecidos popularmente como produtos para revestimento externo de grandes prédios (fachadas em geral).


Com o passar dos anos, o ACM passou a ter uma grande diversidade de características, tanto no cenário técnico, como no estético. As características físicas do ACM se diversificaram, como variedade na espessura das lâminas de alumínio, tipos de núcleo (saiba mais aqui) e espessuras total dos painéis (lâminas + núcleo), como também nas características estéticas como a diversidade de cores e acabamentos.


Dentre todas as características técnicas, o tipo de pintura é uma das que mais influenciam no custo-benefício do material, está diretamente ligada ao preço final do produto e não possui características físicas visíveis que possam ser identificadas no momento da instalação, entretanto apresentam diferentes desempenhos a médio e longo prazos.


Fachada de ACM do Ed. Cidade Jardim. Fonte: Projeto Alumínio (2023)

ACM DE QUALIDADE, REQUER COMPRA DE FABRICANTE CONSOLIDADO


Dentre todas as variáveis existentes no ACM, o tipo de resina (pintura), talvez seja a mais oculta, pois não é possível perceber qual tipo de pintura (qualidade da resina) empregada no painel apenas por observação visual. A documentação na forma de comprovante de compra da resina (pintura), fornecida pelo fabricante das lâminas, não é garantia que a tinta utilizada possui as características desejadas, mas é uma forma de assegurar posteriormente os direitos legais do cliente sobre o fabricante do painel.


Os problemas associados a pintura, quando existentes, serão perceptíveis após anos de exposição a intempéries. Quando isso ocorre, a obra estará pronta a certo tempo, e o custo de instalação já absorvido. Além disso, haverá necessidade de troca do ACM, incluindo custo do novo material, acessórios, transporte, usinagem, mão de obra de desinstalação, mão de obra de reinstalação, locação de andaimes e estruturas, além do descarte do produto substituído.


A melhor forma de se precaver dos problemas, principalmente associados ao tipo de pintura do painel, é adquirir um ACM de qualidade comprovada, através de uma empresa séria e consolidada, com colaboradores treinados, a fabricante poderá oferecer ao cliente o material ideal para a sua obra, de acordo com os critérios técnicos de localização (saiba mais aqui), tipologia, paginação e tempo de vida útil, o que proporciona uma venda consolidada.


A Projeto Alumínio, fabricante de painéis de ACM de alta performance, oferece aos clientes um corpo técnico qualificado, que poderá auxiliar o cliente na escolha do tipo de pintura correto para a obra, além de ter garantia premium nos produtos do seu portfólio, em conformidade com as exigências e características de todos os tipos de obras.


COMPOSIÇÃO DA PINTURA


A tipologia da pintura, não está associada a questões estéticas (cores e acabamentos), mas sim ao tipo de resina utilizada no painel. A pintura do ACM é composta basicamente por 4 elementos, sendo: I) pré-tratamento (cromatização, anodização, passivação); II) primer (poliéster, epóxi, coastal, PU); III) tinta (poliéster, Super Poliéster, PVDF, FEVE); e IV) verniz (Nano, anti-pichação).


A tinta, é composta basicamente por três ingredientes, sendo:


- Resina: é o que determina a característica de desempenho associada à abrasão, riscos, intempéries, UV e mecânicas (adesão, dureza e flexibilidade). Existem vários tipos de resinas, sendo as principais do mercado mundial: PVDF, FEVE, Poliéster, Époxi e Acrílica. Os principais fabricantes são: Arkema que produz a resina Kynar, além da Solef e Hylar que produzem a resina PVDF;


- Pigmentos: tem como função garantir a capacidade de resistir à descoloração. Existem três tipos, sendo: I) orgânicos: são na sua maioria produzidos via petróleo e o carvão de hulha (ftalocianinas, quinacridonas, dioxazinas, azoicos, hansa, entre outros. São mais suscetíveis a descoloração quando sujeitas à alta incidência solar. As principais cores são: vermelho, amarelo, laranja, azul, verde e variações próximas; II) inorgânicos: são obtidos da prospecção do solo e seus óxidos e sais metálicos. Como exemplo, as terras naturais, os cádmios, cobaltos, zinco, titânio, entre inúmeros outros;


- Solventes: são substâncias voláteis e funcionam como meio para promover a facilidade de aplicação na consistência desejada para boa dispersão. Não possui nenhum efeito na propriedade final da tinta.


Em resumo, a tinta para ter qualidade, deve conter resina e pigmento de procedência. Tintas com resina de qualidade e pigmento ruim, tem como resultado uma tinta ruim. Tintas de baixa qualidade, possuem mal desempenho de vida útil, com grande desgaste em um curto espaço de tempo, principalmente em instalações externas (intempéries).


Uma pintura de baixa qualidade e ou instalada em local inapropriado, gera perda de brilho e tonalidade, pode ter calcinação, além do efeito giz (branqueamento), fatores que trazem aspectos visuais não desejados ao painel.


OS DIFERENTES TIPOS DE PINTURAS, CONFEREM DIFERENTES PREÇOS E GARANTIAS VARIADAS


A tipologia da resina (pintura) confere diferentes tipos de garantia (saiba mais aqui) e performance na vida útil do produto. As séries possuem pinturas com camadas e espessuras diferentes, de acordo com a finalidade para qual foi desenvolvida. Abaixo foi relacionado as séries que possuem os principais tipos de resinas (pintura), da fabricante Projeto Alumínio, uma das maiores do Brasil.


Série COASTAL


Utiliza a resina (pintura) PVDF Flurothane Coastal importado através da Sherwin Williams dos Estados Unidos, trata-se de um fluoropolímero premium, desenvolvido para ambientes costeiros mais extremos (0 a 1500 m do mar). Trata-se de um sistema único, formado pela composição de um primer de alta camada e um PVDF específico para regiões beira mar. Possui excelente desempenho aos raios ultravioletas (UV), excepcional retenção de brilho, estabilidade de cor e alta resistência à calcinação a partir de névoa salina. Esta série possui opção de núcleo FR (Fire Resistant – Resistente ao Fogo), classe IIA.


Detalhe das camadas do ACM da série Coastal da Projeto Alumínio. Fonte: Boletim Técnico Projeto Alumínio (2021)

Série KYNAR


Utiliza PVDF premium, marca Fluropon fabricado pela Sherwin Williams, trata-se do tradicional sistema de PVDF que é a composição mais pura e de alta performance. O PVDF é reconhecido a mais de 30 anos nos Estados Unidos, pela excepcional resistência a sujeira, manchas, resistência aos raios ultravioleta (UV), estabilidade de cor, brilho, flexibilidade, formabilidade, além de resistência à calcinação, degradação química e efeito giz. Esta série possui opção de núcleo FR (Fire Resistant – Resistente ao Fogo), classe IIA.


Detalhe das camadas do ACM da série PVDF Premium Kynar da Projeto Alumínio. Fonte: Boletim Técnico Projeto Alumínio (2021)

Série FEVE


Trata-se de uma resina específica para utilização em cores vibrantes e de alto brilho, possui extrema retenção de brilho, além de uma estabilidade de cor e performance superior para cores primárias, é uma tecnologia fabricada nos Estados Unidos e Europa com a marca Illumipon da Sherwin Williams. Ideal para uso em ambientes externos, sendo utilizada em acabamentos de alta performance, ultra resistentes a intempéries, e mantém excelente aparência com longa vida útil. Esta série possui opção de núcleo FR (Fire Resistant – Resistente ao Fogo), classe IIA.


Detalhe das camadas do ACM da série FEVE da Projeto Alumínio. Fonte: Boletim Técnico Projeto Alumínio (2021)

Série SUPER POLIÉSTER


Trata-se de uma resina de Poliéster de alta performance aplicada com primer, conhecida como VHDPE. É um revestimento indicado para todos os tipos de aplicações internas e externas, com garantia para uso externo de 7 anos. Esta série possui opção de núcleo FR (Fire Resistant – Resistente ao Fogo), classe IIA.


Detalhe das camadas do ACM da série Super Poliéster da Projeto Alumínio. Fonte: Boletim Técnico Projeto Alumínio (2021)

Série ALUSIGN (Poliéster)


Comercializada como Alusign pela Projeto Alumínio, é uma série exclusiva para comunicação visual, indicada para revestimento interno, sem exposição à luz solar. Trata-se de um produto leve e flexível, fabricado com uma camada poliéster aplicada diretamente ao metal, que garante ótimo acabamento para revestir pilares, escadas rolantes, painéis decorativos, divisórias, forros, entre outros.


Detalhe das camadas do ACM da série Alusign (Poliéster) da Projeto Alumínio. Fonte: Boletim Técnico Projeto Alumínio (2021)

Embora as séries mais conhecidas são as relacionadas acima, através da tabela de garantias da Projeto Alumínio (figura 6), observa-se que há diversas outras que conferem garantias e restrições de uso distintas.

Tabela de Garantias da Projeto Alumínio. Fonte: Manual de Garantias da Projeto Alumínio (2023)

COMPARATIVO ENTRE RESINAS – DESEMPENHO


Resinas à base de Poliéster são recomendadas para ambientes internos, longe da ação dos raios UV, e possuem durabilidade média. Se colocados em ambientes externos, desbotam com rapidez e passam pelo processo de branqueamento. Estes efeitos são comuns de serem observados, quando o ACM com este tipo de resina é instalado em fachadas, principalmente em pequenas obras, onde não há consultores técnicos e nem exigência de performance dos produtos adquiridos.


As resinas à base de PVDF são duráveis e recomendadas para ambientes externos. O PVDF também possui marcas, uma das mais respeitadas no mercado é a Kynar, e a longevidade da cor em relação ao desbotamento depende diretamente da composição adicionada à tinta. Fabricantes como a Sherwin Williams utilizam 70% da resina Kynar na composição, o que garante ótima vida útil com garantia de performance de 20 anos ou mais. Alguns fabricantes ou produtos de menor performance poderão utilizar uma proporção menor desta resina, o que não garantirá o mesmo desempenho, principalmente a longo prazo.


A verificação da tinta do ACM é composta por um procedimento que não é simples, a medida da espessura da camada de tinta é feita em laboratórios com equipamentos especializados, o simples ultrassom não garante a precisão requerida.


No comparativo de desgaste natural das amostras (figura 7) observa-se que a resina Kynar manteve a uniformidade e houve pouca perda na intensidade da cor em 10 anos de exposição. Com 17 anos de exposição, a perda da intensidade da cor é uniforme e não há branqueamento, diferente do que ocorre com a resina Poliéster, com perda acentuada da cor, não uniformidade e branqueamento.


Exposição das amostras ao intemperismo – desgaste das cores conforme resina. Fonte: Manual Técnico de Processos de Fabricação e Resinas da Projeto Alumínio (2021)

Nos testes de resistência a intempéries, observa-se na figura 8, que as resinas Kynar e Poliéster possuíam desempenho similar apenas na resistência a umidade, nas demais condições avaliadas, a resina Kynar obteve desempenho superior.


Gráfico de desempenho. Fonte: Manual Técnico de Processos de Fabricação e Resinas da Projeto Alumínio (2021)

É importante ressaltar que as resinas Kynar e FEVE possuem qualidade equivalentes. A maior diferença entre elas é o acabamento relacionado ao brilho. As tintas com PVDF Kynar tem acabamento em baixo ou médio brilho (semi brilho), já as tintas com FEVE possuem performance para alto brilho e cores vibrantes, como amarelo, laranja, por exemplo.


CONCLUSÃO


O tipo de pintura (resina) é um dos principais elementos do ACM, entretanto não é um fator que pode ser conferido de modo simples pelo cliente. Geralmente, os problemas associados à qualidade/tipo de pintura tendem a aparecer após alguns anos de instalação. Adquirir produtos de fabricantes consolidados, estar atento aos valores praticados no mercado, em conformidade com o produto/exigência de performance da obra, além de exigir certificação de garantia do material comprado, são fatores que poderão resguardar o comprador no futuro e evitar grandes problemas.


Fachada do Ed. Liberty Square. Fonte: Projeto Alumínio (2023)

*Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade dos respectivos autores e podem não interpretar a opinião da revista. A publicação tem o objetivo de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do mercado, com foco na evolução da indústria de esquadrias e vidro.


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