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Equipe Contramarco

O FUTURO DAS POPULAÇÕES URBANAS

João Teodoro, presidente do Sistema Cofeci-Creci, avalia os impactos do crescimento demográfico e a necessidade de planejamento das cidades


Por João Teodoro

Reprodução: Pinterest

Em 1950, a população mundial de humanos era de 2,5 bilhões. Apenas 50 anos depois, já éramos seis bilhões de pessoas na terra. Segundo o World Population Prospects 2022, publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no dia mundial da população (11 de julho), precisamente no dia 15 de novembro de 2022, a população mundial atingirá o número de 8 bilhões de habitantes. Se crescemos 3,5 bilhões em 50 anos (1950 a 2000), e outros 2 bilhões em mais 22 anos, nestes, o crescimento acelerou cerca de 30%.

Segundo o relatório, a população mundial continuará crescendo, porém em ritmo mais lento do que o atual. Em 2080, prevê-se que atingiremos a marca de 10,4 bilhões de pessoas e aí estabilizaremos até 2100. Daí em diante, a população começará a diminuir. Superpopulação exige mais dos sistemas de saúde e educação e dificulta o combate à pobreza, fome e desnutrição. Reduzir o nível de fertilidade pode ser solução. Mas o avanço da medicina aumenta a expectativa de vida e envelhece a população. Mais gente para comer do que para produzir.

O volume de pessoas no mundo tem tudo a ver com o planejamento das cidades. O Relatório Mundial das Cidades (ONU-Habitat), bianual, publicado em 30 de junho de 2022, aponta que 68% da população mundial será urbana até 2050. Em 1950, era de apenas 29,6%. Em 2020, os urbanos já representavam 56,2% da humanidade. Percebe-se, portanto, que o ritmo continuará crescente, apesar da desaceleração dessa tendência durante a pandemia do coronavírus. O home office forçado fez com que muita gente trocasse a cidade pelo campo.

O levantamento indica que, até o ano de 2070, nos países de baixa renda, haverá forte crescimento do número de municípios, na ordem de 76%. Nos demais países, embora em ritmo menor, o número de municípios também crescerá em torno de 20%. Essa possibilidade pode ser até benéfica, se considerarmos que o aumento do número de cidades poderá aliviar a pressão sobre a infraestrutura, que tende a ficar sobrecarregada nos grandes centros urbanos. A preocupação passa a ser como planejar as novas cidades de modo a oferecer conforto e segurança.

Felipe Cavalcante, ex-presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADIT Brasil), avalia que a densidade populacional é outro dos grandes problemas citadinos. Adensamento é sinônimo de multidão, barulho, poluição, congestionamento, feiura, ausência de verde e falta de privacidade para muita gente. Mas nem sempre! Modernamente, há grandes centros urbanos com alto grau de sustentabilidade. A densidade não se restringe a pessoas. Há também a de unidades habitacionais construídas em determinada zona urbana. Qualquer delas sempre demanda mais infraestrutura.

O relatório da ONU cita exemplos de diferentes configurações de adensamento. A Cidade do México, por exemplo, tem maior densidade na região central, enquanto Joanesburgo, na África do Sul, a tem distribuída em diferentes áreas. Tudo depende de fatores geográficos, culturais, históricos, econômicos, políticos e circunstanciais, como no caso da pandemia.


Finalmente, temos de considerar a evolução tecnológica. A revisão de conceitos por ela proporcionada, como as smart cities (cidades inteligentes, em tradução literal), poderão propiciar redução ou aumento das populações urbanas.

João Teodoro, presidente do Sistema Cofeci-Creci/Reprodução: Creci-PI

João Teodoro da Silva iniciou a carreira de corretor de imóveis em 1972. Ele é empresário no mercado da construção civil em Curitiba (PR). Graduado em Direito e Ciências Matemáticas, foi professor de Matemática, Física e Desenho na PUC/PR. É técnico em Edificações e em Processamento de Dados e possui diversos cursos de extensão universitária pela Fundação Getúlio Vargas. Foi presidente do Creci-PR por três mandatos consecutivos, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná de 1984 a 1986 e diretor da Federação do Comércio do Paraná. No Cofeci, atua desde 1991, quando passou a exercer o cargo de conselheiro federal, e é presidente desde 2000.

Fonte: Assessoria Mafer Comunicação


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