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História do Alumínio

Atualizado: 10 de fev.


FOTO: Reprodução
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Sendo o segundo metal mais utilizado e o terceiro mais abundante do planeta Terra, o alumínio tem como sua principal fonte a bauxita, que, no Brasil, tem uma produção anual de 37 milhões de toneladas, conforme levantamentos da Associação Brasileira de Alumínio (ABAL). Além de ser um dos metais mais importantes para o país e o mundo, o alumínio também garante o suprimento de vários setores da economia - como a indústria de esquadrias - além de ser essencial para a cadeia produtiva da transição energética. 


O metal mais jovem

 

Apesar de ser o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre, o alumínio  é o metal mais jovem usado em escala industrial. Ainda que a forma pura metálica do alumínio seja encontrada com maior facilidade somente a partir da segunda metade do século XIX, os compostos de alumínio já são utilizados há milhares de anos. Há sete milênios ceramistas da Pérsia já produziam seus vasos com um tipo de barro que continha óxido de alumínio, que hoje conhecemos como alumina. Trinta séculos depois, egípcios e babilônios usaram uma outra substância contendo alumínio na fabricação de cosméticos e produtos medicinais.


Dentre a sua cronologia mostra-se que o metal sempre deu um tom de modernidade e sofisticação aos mais diferentes artefatos. Hoje, suas aplicações cresceram ainda mais e são encontrados em vários segmentos, como na indústria têxtil para o tingimento de tecidos, na farmacêutica para produção de medicamentos, também são utilizados no tratamento da água potável, na produção de produtos de higiene, refratários, entre inúmeras outras aplicações.


No âmbito industrial é empregado para fabricar latas, usado em tintas na forma de pó de alumínio e por ser um bom condutor de eletricidade é usado em cabos suspensos. Sua leveza, resistência à corrosão e baixo ponto de fusão, lhes dão uma multiplicidade de aplicações, especialmente na aeronáutica. 


Cronologia


Tendo seu primeiro contato com a humanidade cerca de 6000 A.C. os persas foram os primeiros a ter contato com o material, fabricando potes e recipientes de argila que continham óxido de alumínio. Após isso, em 3000 A.C. argilas com alumina eram utilizadas por povos antigos do Egito e Babilônia para a fabricação de cosméticos, medicamentos e corantes de tecidos.


Indo depois para 1809, foi quando a sociedade teve, até então, o que mais se aproximava do alumínio, com o químico britânico Humphry Davy (1778-1829) realizando experimentos buscando isolar o alumínio a partir do óxido de alumínio, hoje conhecido como alumina. Embora não tenha êxito ao isolar o alumínio metálico, ele propôs o nome de Aluminium para o metal que pretendia desenvolver, mas que ainda não tinha descoberto.


Em 1821,  a bauxita, principal minério do alumínio, foi identificada pela primeira vez. A descoberta foi realizada pelo geólogo francês P. Berthier (1782-1861) que descobriu o minério avermelhado que contém 52% de óxido de alumínio.


Quatro anos mais tarde, em 1825, o físico dinamarquês Hans Christian Oersted (1777-1851) consegue isolar o alumínio de outra maneira, a partir do cloreto de alumínio na forma como é conhecido hoje, porém, o metal obtido ainda possuía algumas impurezas em sua forma.


Anos depois, em 1855, o químico francês Henri Sainte-Claire Deville (1818-1881), que era conhecido por seus trabalhos sobre o alumínio, apresentou na Exposição Universal de Paris, um lingote de alumínio. Com seus experimentos ele desenvolveu e divulgou melhorias nos processos para a obtenção do metal.


Entrando para o século XX, a indústria do alumínio como um todo teve um intenso crescimento no mercado. Em que começaram a trabalhar para a produção de ligas de alumínio, explorando novas possibilidades para o metal. Durante a primeira guerra mundial (1914-1918) a alta necessidade de fabricar produtos mais leves e resistentes impulsionou a indústria do alumínio, que desde então, tem ocupado uma posição mundial altamente estratégica ao suprir com o metal praticamente todos os setores da economia.


Durante o século passado também cresceu o emprego do alumínio em carros e no transporte público no geral. Nos anos 1960, por exemplo, o alumínio já era encontrado em carros de corrida, utilizado para conferir maior leveza e velocidade aos veículos.


O alumínio nas obras


A partir de 1930, a construção civil também sofreu uma enorme mudança, com o crescimento do uso do alumínio nas obras. Grandes exemplos do uso do alumínio no século XX são as estruturas geodésicas de Buckminster Fuller, as torres de Norman Foster, ou o famoso Centre Pompidou.


FOTO: Reprodução
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Atualmente, as aplicações e pesquisas sobre o alumínio estão crescendo cada vez mais, tornando-o, atualmente, um dos metais mais conhecidos e utilizados em praticamente todos os segmentos industriais e de construção civil. A alta versatilidade de suas propriedades levam o metal a ter propriedades únicas, como por exemplo: leveza e resistência à corrosão.


Ao contrário do ferro e do aço, que desenvolvem ferrugem quando expostos à umidade e oxigênio, o alumínio não segue o mesmo caminho. Em vez disso, ele passa por um processo de oxidação que resulta na formação de uma fina camada de óxido de alumínio na sua superfície. Essa camada é mais do que apenas uma proteção, ela também é a chave para entender por que o alumínio não sofre corrosão da mesma forma que outros metais.


A “armadura” invisível do metal (óxido de alumínio) tem propriedades notáveis também. Além de ser aderente à superfície do alumínio, também é altamente resistente à corrosão. Isso significa que, mesmo quando exposto a elementos corrosivos, o óxido de alumínio forma uma barreira protetora que isola o metal “escondido”. Portanto, enquanto outros metais podem ser enfraquecidos e deteriorados pela corrosão, o alumínio mantém sua integridade estrutural graças a essa camada protetora.


No âmbito espacial, o alumínio também ajudou a impulsionar as pesquisas e desenvolver tecnologias. Em 1957 a antiga URSS (União Soviética) lançou o Sputinik, satélite artificial em órbita, que possuía alumínio como um material significativo em sua composição.


Conhecida como Pittsburg Reduction Company, a Alcoa foi fundada em 1888 por Charles Martin Hall que descobriu o processo de fundição de alumínio usando eletrólise. A empresa tornou-se uma grande participante no mercado de alumínio, produzindo uma ampla gama de itens, incluindo perfis para a produção de esquadrias. 


Números de Mercado


De acordo com informações da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) o ano de 2023 fez o Brasil retomar a autossuficiência em alumínio, na qual viu a produção brasileira do metal avançar 24%, atingindo o patamar de 1,006 milhão de toneladas. 


O metal está presente em vários setores e, desta forma, tem várias atividades que estão ligadas a ele. Assim, muitos postos de trabalho são gerados. Segundo estimativas da ABAL, em 2021, a cadeia produtiva do alumínio reunia mais de 460 mil empregos diretos e indiretos. De acordo com a Fundação Gorceix, em estudos para o Plano Nacional de Mineração 2050, prevendo o potencial de crescimento do consumo e caso a perspectiva do aumento da economia se mantenha, o número deve dobrar nos próximos 10 a 20 anos.


O alumínio é um exemplo de que os metais e minerais que já são muito utilizados na indústria atual também serão importantes para a transição energética. Além disso, a mineração é aliada a todos os setores da economia e tem forte participação no âmbito da construção civil.




Colaborou: Leonardo Matias Simões


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