O edifício residencial é uma parceria do arquiteto Bjarke com a Barcode Architects
“O edifício ergue-se do rio abrindo um gigantesco portão para que os barcos entrem e atraquem no porto/pátio. Um prédio dentro do porto, com um porto dentro do prédio”, disse o arquiteto Bjarke Ingels, da BIG Architects Bjarke. “Flutuando” nas águas do lago IJ, considerado a "orla" da cidade de Amsterdã, na Holanda, o imponente edifício residencial Sluishuis é uma parceria do arquiteto Bjarke com a Barcode Architects.
A construção fica sobre uma ilha artificial que remete às próprias origens do município e, ao mesmo tempo, tem um design contemporâneo que avança sobre o lago em um formato triangular. “Em direção à cidade, o edifício se ajoelha para convidar os visitantes a subirem em seu telhado e apreciarem a vista panorâmica dos novos bairros do IJ”, segundo Bjarke.
Reprodução: Grupo Bjarke Ingels
Com duas faces, uma voltada para o interior de Amsterdã e a outra para a água, o edifício foi concebido com diversos serviços e entretenimentos. Em um ponto de vista, aparece como se fosse a proa de um navio, que reflete a água abaixo. São 442 apartamentos desde imóveis simples até penthouses de dois andares, um jardim público na cobertura, passarelas para caminhadas e espaço para até 34 casas flutuantes – tipo de moradia comum na cidade holandesa. Todos os apartamentos oferecem boa insolação e amplas vistas, além de ser possível navegar até o interior, onde uma passarela divide espaço com a água do lago.
“De cima, você pode ver um clássico bloco europeu ao estilo de Barcelona, medindo 100 por 100 m, com espaço interno aberto. No entanto, se você olhar para o prédio de qualquer outro ângulo, notará as formas incrivelmente assimétricas", detalhou o arquiteto.
SUSTENTABILIDADE
O projeto do Sluishuis teve um forte viés sustentável, que acabou rendendo ao empreendimento um Coeficiente de Desempenho Energético (EPC) de - 0,01, ou seja, ele gera mais energia do que usa. Isso foi possível graças, principalmente, a 2.200 m² de painéis solares, instalados no telhado e em uma espécie de "ilha solar", e ao bom isolamento térmico com vidros triplos, o que minimiza o uso de outros tipos de equipamentos para aquecimento.
Na parte externa, a sustentabilidade aparece no uso de materiais de construção reciclados, reutilizáveis e renováveis, como os painéis de fachada removíveis de concreto reciclado e alumínio, que dão um ar contemporâneo ao edifício. Em contraponto, o acabamento de madeira que recobre os terraços escalonados da parte voltada à cidade e também as passarelas externas traz o toque natural que equilibra o conjunto.
Fontes: Casa e Jardim e Grupo Bjarke Ingels
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