Desafio da engenharia será reconstruir em tempo recorde mais de 80 mil moradias definitivas
No próximo dia 14 de maio, a partir das 9h, engenheiros e urbanistas se reunirão no evento organizado pelo Instituto de Engenharia, em São Paulo, para apresentar alternativas rápidas e eficientes na construção de unidades habitacionais para as famílias desabrigadas por conta da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, desde 27 de abril, matou 136 pessoas e afetou 2,1 milhões. De acordo com a Defesa Civil, mais de 80 mil casas precisarão ser reconstruídas com urgência.
O evento contará com a apresentação do engenheiro José Eduardo Frascá Poyares Jardim, presidente do instituto, que destacará como a engenharia poderá trabalhar na reconstrução destas moradias. “A engenharia terá o desafio de construir no menor espaço de tempo residências definitivas para abrigar esse enorme contingente de famílias”, destacou.
Um dos exemplos apresentados será o trabalho realizado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em apenas dez meses após a tragédia que atingiu o litoral norte de São Paulo, o Governo do Estado alcançou um recorde na execução de novas moradias definitivas, graças às técnicas empregadas.
Uma delas é a tecnologia “wood frame” (sistema construtivo executado com peças de madeira), utilizada nas 518 moradias erguidas no bairro Baleia Verde. O sistema consiste em uma construção pré-fabricada em que os módulos são produzidos prontos na fábrica para montagem no local de instalação. Além de ser eficiente e rápida, o wood frame atende a certificações que garantem o isolamento térmico e acústico adequados, além de seguir às normas técnicas de desempenho (NBR), equivalendo às tradicionais casas de alvenaria.
O evento estará disponível para acompanhamento presencial na sede do Instituto de Engenharia, situada em São Paulo, ou online através do canal YouTube do instituto. A participação presencial requer a contribuição com dois itens de doação, como alimentos não perecíveis, itens de higiene pessoal, material de limpeza, roupas, entre outros, que serão destinados às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul.
Para mais informações e inscrições, acesse o site do Instituto de Engenharia: https://www.institutodeengenharia.org.br/site/events/sao-sebastiao-inovacao-na-producao-habitacional-pos-eventos-climaticos-extremos/
RECONSTRUÇÃO DAS CIDADES GAÚCHAS
Na última quinta-feira (09), o governador Eduardo Leite anunciou, na sede do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, que serão necessários, ao menos, R$ 19 bilhões para executar o plano de reconstrução do Estado, de acordo com o portal do Governo do Estado Rio Grande do Sul. Do total, quase R$ 9 bilhões serão destinados à reconstrução.
“Pelas necessidades que observamos até o momento, esse é o montante que será necessário para financiar as políticas públicas e restabelecer lugares e vidas que foram afetados. O Estado vai ser especialmente demandado em estradas, habitação, crédito subsidiário e ações sociais para atender as pessoas atingidas”, disse o governador, segundo a plataforma do governo.
De acordo com o levantamento inicial, serão necessários mais de R$ 218,6 milhões para ações de resposta ao desastre; quase R$ 2,5 bilhões para ações de assistência; e mais de 7,2 bilhões para políticas de restabelecimento.
Os esforços abrangem diversas frentes, como apoio à agropecuária e a empresas; recuperação ou reconstrução de escolas, hospitais, rodovias, estradas, pontes, edificações e equipamentos públicos, centros de assistência social e casas prisionais; e reforma e construção de unidades habitacionais, conforme o site do governo.
O plano de reconstrução inclui, também, organização de abrigos e casas de passagem; restabelecimento de serviços essenciais (água, energia e comunicação); medidas de emprego e renda; reurbanização de locais atingidos; organização de novos loteamentos; apoio a negócios e à produção local com crédito subsidiado, linhas especiais e prorrogação de licenças; remoção de escombros e destinação de resíduos; e medidas ambientais para recuperação de ecossistemas degradados. O plano prevê, ainda, auxílios aos municípios e à população, por meio do aluguel social e do programa Volta por Cima – benefício extraordinário para a população em situação de pobreza e extrema pobreza, informa o portal do governo.
Segundo o governador, entretanto, o valor poderá superar a marca de R$ 19 bilhões. “Nessa estimativa preliminar, estamos considerando itens de impacto sobre o orçamento do Estado para atender, especialmente, questões de infraestrutura e viabilizar programas de moradia para famílias atingidas. Então, outros itens podem ser acoplados, além dos relacionados à prevenção”, explicou.
Fontes: Instituto de Engenharia/Comunique-se, Governo do Estado do Rio Grande do Sul e O Globo
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