No último dia (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a redução de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros da economia. Com essa redução, que ocorre pela quinta vez consecutiva, a taxa Selic passou de 11,75% ao ano para 11,25% ao ano, atingindo o nível mais baixo desde fevereiro de 2022, quando estava em 10,75%.
Até o final de 2024, de acordo com a pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central, a projeção da taxa é de 9% ao ano, destacou Ieda Vasconcelos, economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “É importante destacar que quanto menor o juros, maior o estímulo aos investimentos produtivos que geram emprego, renda e proporcionam maior crescimento da economia”, diz.
De acordo com a economista, a queda da taxa também gera uma tendência de redução dos juros bancários, além dos efeitos positivos nas contas públicas. Ieda aponta que o Banco Central norte-americano (FED) manteve os juros entre 5,25% e 5,5% ao ano. “Algumas estimativas indicam que eles poderão ser reduzidos ainda no 1º semestre de 2024, o que poderá contribuir para uma maior redução da taxa no país”, afirma.
Para 2024, Ieda destaca que a meta inflacionária é de 3%, podendo variar entre 1,5% e 4,5% para ser considerada cumprida. “Em 2023, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país, registrou alta de 4,62% ficando, então, inferior ao teto da meta (4,75%). Para 2024, as projeções para a inflação vêm perdendo força e, atualmente, estão em 3,86%”, aponta.
Quanto a uma das principais fontes de financiamento imobiliário no país, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), tem enfrentado consideráveis perdas devido às taxas de juros elevadas. “Em 2023, pelo terceiro ano consecutivo, a captação líquida da poupança foi negativa, ou seja, os saques superaram os depósitos. Assim, de 2021 a 2023 a perda de recursos correspondeu a R$188 bilhões”, destaca a economista.
Os financiamentos imobiliários com recursos do SBPE têm apresentado queda nos últimos três anos. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), em 2023, foram financiados quase 499,7 mil imóveis com esse tipo de recurso, registrando uma redução de quase 30% em relação ao ano 2022, quando foram financiados 713,2 mil unidades.
“Os financiamentos imobiliários são essenciais para a aquisição da casa própria e muito contribuem para dinamizar o setor da construção civil, que é um grande gerador de emprego e renda na economia”, diz Ieda.
Fonte: CBIC
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