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Equipe Contramarco

CONSTRUÇÃO CIVIL CRESCE ACIMA DA ECONOMIA BRASILEIRA

*Por Luiz Carneiro de Almeida, engenheiro civil, coordenador da Câmara Especializada em Engenharia Civil do Crea-RJ


Reprodução: Seropédica Online

Os números do setor são animadores. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a construção civil foi o segundo setor com maior crescimento no segmento industrial. A comparação do segundo trimestre deste ano, com igual período de 2021, mostra crescimento de 9,9% na construção civil, enquanto a economia nacional cresceu 3,2%.


Nos primeiros seis meses de 2022, comparados a igual período do ano anterior, a construção cresceu 9,5% e o país 2,5%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, no comparativo com os quatro trimestres imediatamente anteriores, a construção cresceu 10,5%, enquanto a economia nacional cresceu 2,6%.


Com isso, o mercado de trabalho na construção civil também vem apresentando resultados positivos. O setor já gerou mais de 430 mil novas vagas com carteira assinada no período pós-pandemia (entre março de 2020 a maio de 2022). A construção de edifícios representou mais 175.640 novas vagas, obras de infraestrutura, 93.961 vagas e serviços especializados para a construção e 166.368 vagas.


Mas nem tudo são flores. O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) registrou inflação de 0,44% em setembro. No ano, o Sinapi tem inflação acumulada de 10,22%: e em 12 meses, o indicador acumula alta de preços de 13,11%. O custo nacional da construção, por metro quadrado, passou a ser de R$1.669,19, em setembro. A parcela dos materiais subiu 0,53% e passou a custar R$999,96 por metro quadrado.


Levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aponta que, pelo oitavo trimestre consecutivo, o principal problema da construção civil continua sendo a falta ou o alto custo dos insumos. Segundo o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os três insumos que mais sofreram aumentos nos custos entre julho de 2020 a junho de 2022 foram: vergalhões e arames de aço ao carbono (99,60%); tubos e conexões de ferro e aço (89,43%) e tubos e conexões de PVC (80,62%).


O crescimento do setor deve ser comemorado, mas as empresas e profissionais da construção civil precisam ficar atentos ao mercado e aos desdobramentos políticos do país. O aumento da taxa básica de juros, a Selic, por exemplo, ameaça adiar o sonho da casa própria de muitos brasileiros. Isso porque, com juros mais altos, o financiamento imobiliário ficará mais caro. É importante entender que o mercado sempre se adapta. Mas se os bancos e o governo não incentivarem mais as taxas de financiamento, é provável que haja uma redução no mercado imobiliário em si, porque haverá menos oferta de crédito, menos construção e dinheiro no mercado para as pessoas financiarem imóveis residenciais.


O momento ainda é de expectativas para o setor. Muitas pessoas seguraram os investimentos durante os dois anos de pandemia e estão com a demanda represada.

As pessoas estão começando a pensar em investir novamente. Esse é o aspecto positivo para o futuro do mercado, mas também gera insegurança, porque a cadeia de produtos, insumos e equipamentos para a construção civil sofreu e ainda sofre muito com a falta de materiais. Se a demanda represada for solta de uma vez, a escassez de material pode ser uma das consequências.


A preocupação com o futuro é pertinente. Precisamos formar engenheiros com ótima qualificação e capacitar muito bem todos os níveis de profissionais da construção. Construção com qualidade tem durabilidade.


Fonte: Assessoria de Imprensa Crea-RJ

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