O Edifício Sampaio Moreira foi o mais alto até 1929, quando perdeu o posto para o Edifício Martinelli
Edifício Sampaio Moreira na década de 20 e atual/
Fotos: São Paulo in Foco e Mario Rodrigues/Veja SP
O Edifício Sampaio Moreira, localizado na Rua Líbero Badaró, atualmente sede da Secretaria Municipal de Cultura, foi o primeiro arranha-céu de São Paulo. A obra possui 12 andares e 50 m de altura, se destacando do padrão do início dos anos 20, que tinha edificações de até quatro pavimentos. Inaugurado em 1924, foi o edifício mais alto de São Paulo até 1929, quando perdeu o posto para o Edifício Martinelli, situado na Rua São Bento. O empreendimento havia sido encomendado pelo empresário José Sampaio Moreira ao arquiteto Christiano Stockler.
O projeto comercial, considerado eclético, faz referências ao neoclássico e ao art nouveau. As janelas são de madeira de pinho de riga, a fachada tem acabamento com massa raspada e há pergolado de colunas gregas na cobertura. “As áreas comuns foram muito ornamentadas, como a porta de ferro na entrada, com detalhes florais e a escadaria de mármore”, disse Mariana Rolim, diretora do Departamento do Patrimônio Histórico, em entrevista à Veja São Paulo. Em cada andar havia cerca de quinze pequenas salas comerciais, com aproximadamente 15 m² cada uma, que podiam ser interligadas por portas.
Com estilo comercial, a obra abrigava profissionais autônomos, como Stockler, que alugava o 5º andar, o único mantido como original depois da restauração iniciada em 2012. O térreo também é o endereço da centenária mercearia Casa Godinho, que se mudou para lá nos anos 20.
Tombado em 1992, por estar dentro da área do Vale do Anhangabaú, e desapropriado pela prefeitura em 2010, o local passou a ser sede da Secretaria de Cultura do município em setembro de 2018. Após sete anos em obras (2012-2019), realizadas pela Lopes Kalil Engenharia, no valor de 2,4 milhões de reais, o edifício reabriu em 2018. O projeto foi adequado às regras atuais de segurança, como criação de rotas de fuga, instalação de hidrantes e a modernização dos sistemas dos elevadores, que continuam com o jeito sofisticado, com suas portas pantográficas, paredes bordô e detalhes em dourado.
Fotos: Lopes Kalil Engenharia
Fontes: Veja São Paulo e Lopes Kalil Engenharia
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