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A Falta de Mão de Obra Qualificada na Fabricação de Esquadrias de Alumínio: Um Desafio Urgente para o Setor

*Por Rivonio Cordeiro, consultor de esquadrias e CEO na CSA Consultoria e Engenharia



A indústria de esquadrias de alumínio no Brasil enfrenta um desafio crescente e preocupante: a escassez de mão de obra qualificada em todos os setores de uma fábrica.


Do projeto à produção, passando pela montagem, instalação e atendimento comercial, é cada vez mais difícil encontrar profissionais capacitados para atender às demandas técnicas e operacionais do mercado. Esse problema impacta diretamente a qualidade dos produtos, os prazos de entrega e a sustentabilidade do setor.


A Importância da Qualificação Profissional


Uma esquadria de alumínio não se resume apenas a perfis e vidros. Trata-se de um sistema de fechamento que deve atender requisitos de desempenho, segurança e estética.


Para garantir a qualidade, é essencial contar com profissionais bem treinados, que compreendam as normas técnicas, saibam interpretar projetos e dominem as boas práticas de fabricação e instalação.


A ausência de mão de obra qualificada resulta em erros técnicos, desperdício de materiais, retrabalho e prejuízos para as empresas. Além disso, compromete a segurança e a satisfação dos clientes, que esperam um produto de alto padrão.


A Necessidade de Investir em Treinamento


Diante desse cenário, as empresas do setor precisam adotar uma postura proativa e investir na capacitação de suas equipes. Tanto treinamentos internos quanto cursos oferecidos por instituições especializadas podem fazer a diferença na formação de profissionais preparados para os desafios diários de uma fábrica de esquadrias.


Treinar um colaborador gera benefícios diretos e indiretos, como:


  • Redução de erros e desperdícios;

  • Melhor aproveitamento dos materiais e equipamentos;

  • Aumento da produtividade;

  • Qualidade superior nos produtos e serviços;

  • Maior satisfação dos clientes e aumento da reputação da empresa.


O Papel das Entidades de Classe


A responsabilidade pela qualificação profissional não deve recair apenas sobre as empresas fabricantes. Entidades como a AFEAL, ABIE, ABAL e ABIVIDROS têm um papel fundamental na criação e no incentivo a programas de capacitação para o setor. Essas instituições podem atuar na promoção de cursos, certificações e parcerias com escolas técnicas para desenvolver a nova geração de profissionais.


A mobilização dessas entidades pode contribuir para a estruturação de um programa nacional de qualificação, oferecendo formação contínua e incentivando empresas a aderirem a essas iniciativas.


O Desaparecimento do Profissional Técnico


Outro fator que agrava a situação é a redução progressiva da mão de obra técnica qualificada. Cada vez menos jovens optam por cursos técnicos, priorizando carreiras acadêmicas ou migrando para outros setores da economia. Esse movimento reduz o número de profissionais especializados em funções críticas da indústria de esquadrias, como montadores, instaladores e projetistas.


Um dos principais fatores dessa mudança é o crescimento das profissões ligadas à tecnologia da informação, que atraem muitos jovens devido às oportunidades de remuneração mais competitivas e à flexibilidade de trabalho. Esse fenômeno vem retirando do mercado as profissões mais tradicionais, tornando ainda mais difícil a formação de novos técnicos para o setor de esquadrias.


Além disso, as ações assistencialistas do governo, como o Bolsa Família e outros programas, acabam incentivando parte da população a não buscar capacitação profissional nem empreender. Essa dependência de auxílios reduz o interesse dos jovens em se preparar para o mercado de trabalho, agravando ainda mais a carência de profissionais qualificados no setor.


Essa tendência precisa ser revertida com a valorização dos cursos técnicos e a criação de incentivos para que novos profissionais ingressem nesse mercado. A indústria de esquadrias depende de técnicos qualificados para continuar crescendo e inovando.


A Cadeia Produtiva da Construção e Suas Entidades Também Têm Papel Fundamental nessa Necessidade de Mudança


As construtoras devem mobilizar suas entidades de classe, como CBIC, SINDUSCON, CREA e outras, para enxergarem com mais atenção a necessidade de investimento na qualificação do mercado de esquadrias. Este item, em determinadas obras, pode representar até 40% do orçamento em prédios comerciais e até 10% em prédios residenciais.


Se não houver uma mudança a médio prazo, a qualidade das construções ficará comprometida e os custos de construção serão elevados. A falta de mão de obra qualificada impacta diretamente a produtividade, os prazos e a segurança das edificações. Portanto, as entidades do setor precisam fomentar ações concretas para garantir um mercado mais preparado e eficiente.


Conclusão


A escassez de mão de obra qualificada é um problema real e urgente no setor de esquadrias de alumínio. Empresas, entidades de classe e instituições de ensino precisam unir esforços para reverter esse quadro e garantir um futuro mais sólido e profissional para o mercado.

Investir em qualificação é investir na perenidade dos negócios, na satisfação dos clientes e na evolução técnica do setor. O desafio está lançado: é hora de agir para formar a nova geração de profissionais que farão a diferença na indústria de esquadrias de alumínio no Brasil.


*Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade dos respectivos autores e podem não interpretar a opinião da revista. A publicação tem o objetivo de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do mercado, com foco na evolução da indústria de esquadrias e vidro.

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